Tomando como conceito operatório metalingüístico o "extraliterário", as frases que Nelson Rodrigues divulgou nos meios de comunicação, procedeu-se ao levantamento de algumas características textuais e da encenação de sua peça Vestido de noiva.
Este artigo analisa as relações do dramaturgo Nelson Rodrigues com a Censura do estado de São Paulo no início dos anos 1960, através da peça Boca de Ouro, tal como essas relações estão documentadas no prontuário N°. 4906 do Arquivo Miroel Silveira, na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Interessa ao autor discutir como os parâmetros morais são inadequados para o julgamento de uma obra de arte, expondo os equívocos em que a atividade censória sempre recai em sua tentativa de conter a liberdade da criação artística em nome de concepções e comportamentos considerados “adequados” ou “normais”.
A Cidade do Rio de Janeiro é objeto tão importante nas tragédias cariocas de Nelson Rodrigues que pode ser considerada uma de suas personagens. Nesta dissertação, estuda-se A Falecida (1953) e Otto Lara REsende ou Bonitinha, Mas Ordinária (1962) e os espaços da cidade que abrigam seus personagens, provocando reações ou refletindo seus espaços interiores. As idéias de Michel de Certeau sobre as relações do homem urbano com seu espaço e as de Patrice Pavis sobre as relações de espaço e tempo na arte teatral ajudam a entender o papel que a cidade desempenha nestas obras. No último capítulo, com o auxílio de alguma iconografia, forma estudadas as adaptações de A Falecida para o palco (1953) e para a tela (1965). Procurou-se, assim, como a cidade descrita na obra dramática se refletiu em imagens materiais. Pretende-se, com esta dissertação, estar contribuindo com dados inusitados que permitam aos leitores compreender a força trágica da obra de um de nossos dramaturgos.
A partir de um intenso movimento de metamorfoses técnicas e narrativas, o cinema passou de seu estado inicial de mero copiador da realidade à categoria de arte e vem estabelecendo uma forte e íntima relação de diálogo com a literatura. É a partir dessa relação que o destaque dessa pesquisa consiste em uma análise sobre a literatura dramatúrgica de Nelson Rodrigues e sua respectiva adaptação pelo cinema de Braz Chediak, com ênfase no trabalho em parceria entre escritor e cineasta:
Bonitinha, mas ordinária: até que ponto o filme se subordina ao texto? Há inventividade na inscrição cinematográfica de Braz? Qual o teor criativo da narrativa do cineasta? Em que instância o filme foi produzido? Qual a tendência estética adotada pelo diretor? Essas questões são desvendadas através da colaboração teórica de Roland Barthes, Ismail Xavier, Sábato Malgadi e Robert Stam, bem como alguns outros estudiosos que pensam cinema e literatura e entram em cena para adensarem a análise feita sobre o objeto colocado em foco.
A presente pretende investigar a leitura singular do cenógrafo Helio Eichbauer acerca da dramaturgia de Nelson Rodrigues, notadamente no que tange á poética dos espaços criados pelo cenógrafo para quatro montagens de peças de Nelson Rodrigues: àlbum de Família, encenada por Martim Gonçalves no ano de 1968, em Caracas; Anjo negro, encenda por Ulisses Cruz em 1994, no Rio de Janeiro; Senhora dos Afogados,por Aderbal Freire, em 1995 no Rio de janeiro e a Mulher sem Pecados, por Luiz Arthur Nunes Também no Rio de janeiro, em 2000. O objetivo central da pesquisa foi averiguar se há um estilo que evidencie opções formais que tenham se condicionado pelo conteúdo desses textos. O que importa aqui é avaliar, nas encenações analisadas, de que forma o conteúdo dramátcico dos textosinpsirou o trabalho de Eichbauer, e assim apuarar se há um direcionamento no que se refere á forma plástica. A análise do material foi fundamentada no método iconológico desenvolvido pela professora Evelyn F.W. Lima (baseado em pesquisa de Erwin Panofsky), assim como nos estudos fenomelogicos de gaston Bachelard no texto A poética do Espaço. O estudo da dramaturgia foi orientado pelos textos conceituas da pesquisadora Ângela Leite Lopes.