Este artigo parte da revisão do projeto nacional-popular, desenvolvido na dramaturgia brasileira entre as décadas de 1950-1970, que teve como centro gerador o Teatro de Arena de São Paulo. Essa revisão é feita considerando-se as diferentes acepções e interpretações em torno do “nacionalpopular”, no campo da crítica de dramaturgia/teatro, a partir do conceito cunhado pelo filósofo italiano Antonio Gramsci até a sua ampliação enquanto categoria de análise. Considera-se, para fins de análise, uma peça da dramaturga paraibana Lourdes Ramalho, As Velhas (1975), demonstrando-se como essa autora tem vínculos com a dramaturgia nacional-popular.
O teatro brasileiro entre 1964 e 1983 freqüentemente se organizou na forma de espetáculos musicais para responder ao regime militar. Este artigo estuda quatro prefácios a peças publicadas e encenadas naquele período. Esses prefácios, escritos pelos dramaturgos Oduvaldo Vianna Filho, Ferreira Gullar e Dias Gomes e pelo diretor Flávio Rangel, contêm idéias estéticas e políticas que nos podem interessar ainda agora.
Este trabalho analisa a peça inaugural de Plínio Marcos, Barrela (1958), cujo enredo põe em cena personagens do submundo criminal confinados numa cela, tendo que conviver de acordo com regras estipuladas por um exclusivo código interno. Este tem as suas semelhanças com o código oficial do qual tornaram-se vítimas, na medida em que com ele faltaram no cumprimento de deveres legais que garantem a ordem social. Esse dado, por si só, já apresenta interesse suficiente para uma análise específica dos fenômenos referidos, mas a abordagem do trabalho não se detém somente nos possíveis aspectos sociológicos das circunstâncias da vida carcerária num país como o Brasil. A construção formal do texto de Plínio Marcos (no que ressalta a qualidade ímpar de sua linguagem) e algumas questões referentes às suas opções temáticas (em cotejo com singularidades do universo dramático de seu “precursor” Nelson Rodrigues) são exploradas para uma melhor compreensão do posicionamento e importância da obra pliniana no panorama do teatro brasileiro.