A partir de um intenso movimento de metamorfoses técnicas e narrativas, o cinema passou de seu estado inicial de mero copiador da realidade à categoria de arte e vem estabelecendo uma forte e íntima relação de diálogo com a literatura. É a partir dessa relação que o destaque dessa pesquisa consiste em uma análise sobre a literatura dramatúrgica de Nelson Rodrigues e sua respectiva adaptação pelo cinema de Braz Chediak, com ênfase no trabalho em parceria entre escritor e cineasta:
Bonitinha, mas ordinária: até que ponto o filme se subordina ao texto? Há inventividade na inscrição cinematográfica de Braz? Qual o teor criativo da narrativa do cineasta? Em que instância o filme foi produzido? Qual a tendência estética adotada pelo diretor? Essas questões são desvendadas através da colaboração teórica de Roland Barthes, Ismail Xavier, Sábato Malgadi e Robert Stam, bem como alguns outros estudiosos que pensam cinema e literatura e entram em cena para adensarem a análise feita sobre o objeto colocado em foco.