Este artigo analisa as relações do dramaturgo Nelson Rodrigues com a Censura do estado de São Paulo no início dos anos 1960, através da peça Boca de Ouro, tal como essas relações estão documentadas no prontuário N°. 4906 do Arquivo Miroel Silveira, na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Interessa ao autor discutir como os parâmetros morais são inadequados para o julgamento de uma obra de arte, expondo os equívocos em que a atividade censória sempre recai em sua tentativa de conter a liberdade da criação artística em nome de concepções e comportamentos considerados “adequados” ou “normais”.