Para atestar a possibilidade de diálogo entre o teatro, a cidade e a política, este artigo analisa três eventos de natureza distinta, em diferentes momentos da história brasileira: a adaptação, durante a ditadura militar, de Na selva das cidades (1969), de Brecht, por Zé Celso, à frente do Grupo Oficina, focando a cidade de São Paulo; os espetáculos O tiro que mudou a história e Tiradentes (1992), dirigidos por Aderbal Freire-Filho, que valorizam o teatro em espaços históricos e tombados da cidade do Rio de Janeiro; e a peça BR3,verdadeiro manifesto sociopolítico, encenada em São Paulo pelo Teatro da Vertigem (2006) e dirigida por Antônio Araújo. Nesta análise, a cidade se apresenta ora como representação, ora como suporte da cena ou como a própria dramaturgia, tendo como base conceitos formulados por Patrice Pavis, Christine Boyer e Marc Augé.
Resumo : Teatro social e teatro engajado são duas denominações, entre outras, que ganharam corpo em meio a um vivo debate que atravessou o final do século XIX e se consolidou no século XX. Seu ponto de convergência estava na tessitura das relações entre teatro e política ou mesmo entre teatro e propaganda. Para o crítico inglês Eric Bentley, o teatro político se refere tanto ao texto teatral como a quando, onde e como ele é representado. Este artigo aborda o tema do engajamento, de modo geral, e o perfil de alguns personagens que, como figuras políticas, intervêm criticamente na esfera pública, trazendo consigo não só a transgressão da ordem e a crítica do existente, mas também a crítica do modo de sua inserção no modo de produção capitalista e, portanto, a crítica da forma e do conteúdo de sua própria atividade.
Este artigo busca explorar parte da historiografia do teatro nos Estados Unidos e sua relação com o desenvolvimento do Teatro Moderno Brasileiro. Aqui discute-se sobre o surgimento do teatro moderno, retomando o conceito de Crise do Drama, de Peter Szondi, e como dramaturgos da primeira metade do século XX nos Estados Unidos deram corpo à dramaturgia moderna estadunidense. Posteriormente discute-se de que maneira Arthur Miller, um dos intelectuais mais importantes e necessários do cânone norte-americano, inspirou dois grandes dramaturgos de nosso país com seu ativismo dentro e fora dos palcos: Jorge Andrade e Dias Gomes. Resgata-se aqui a relevância de uma dramaturgia como a de Miller como ferramenta para a transformação social, histórica e política de nosso país.
Esta dissertação tem como principal objetivo estudar a produção da dramaturgia contemporânea em Belo Horizonte. Pretende-se observar como os conceitos de memória, estética e política estão presentes nessas produções e os modos como eles operam para produzir um diálogo com o público. Por se tratar de uma grande cidade considera-se que a produção seja bastante numerosa e, nesse sentido, se fez necessário um pequeno recorte de grupos e espetáculos para que se possa analisar e realizar uma reflexão crítica de tais dramaturgias. Os textos selecionados foram: 'A pequenina América e sua avó $ifrada de escrúpulos', do Mayombe Grupo de Teatro, 'Bê-a-bá Brasil: Memória, Sonho e Fantasia', do Oficcina Multimédia e 'Proibido retornar', do Grupo Teatro Invertido.