Texto-relato, forma híbrida que fala de uma atriz e diretora que se
entregou a um momento de grávido processo de criação. Que se permitiu
correr todos os riscos... Uma atriz que, depois de muito tempo de reflexão,
permitiu-se conhecer um bairro e sua gente: uma Barafonda explosiva.
A comédia musical Forrobodó, de Luiz Peixoto e Carlos Bittencourt, estreada em 1912 no Rio de Janeiro, abriu caminho para a ampliação do interesse das classes médias cariocas pela cultura produzida no que se convencionou chamar de "Pequena África". A região em torno da praça Onze tinha uma alta concentração de lideranças espirituais e culturais dos afrobrasileiros e se transformara num viveiro de manifestações que teriam enorme influência na cidade e no país. Minha análise se concentra menos no texto e mais na performance em si, no sentido de apreender como os mitos de uma identidade mestiça começam a se construir. Todos os elementos da produção da peça se combinam para preencher a necessidade de grupos da classe média branca carioca de uma representação ambígua e ambivalente de raça e classe na cultura da cidade.
É preciso entender, inicialmente, o objeto em estudo. O teatro não é o texto dramático, mas uma prática de cena e um rito social, um modo de expressão coletiva, uma cerimônia pública complexa que ajunta fatores distintos para sua emergência e consecução, entre os quais pode ou não existir um texto prévio.
O texto apresenta o relato da experiência de oficina realizada
na IV Semana de Estudos Teatrais, coordenada por Lúcia Romano, cuja
proposição foi a experimentação de procedimentos encontrados nas obras
de algumas performers mulheres que questionaram, em suas criações,
as identidades de gênero e a dominação masculinista nas sociedades
contemporâneas ocidentais. A atividade relacionou a arte feminista, a
performance e o conceito de performatividade de gênero, de Judith Butler.
A presente pesquisa desenvolve as possibilidade de construção do corpo cênico e expressivo a partir do espetáculo Shi-Zen 7 Guias, apresentado pelo Grupo Lume de Campinas (SP). A importância dada ao treinamento corporal, às múltiplas experimentações e trocas estabelecidas pelo trabalho do grupo, bem como suas relações internas e externas , considerando a relação com os espectadores. A relevância do trabalho do grupo, ao longo de vinte anos de convivência, ainda sob a direção de Luiz Otávio Burnier, falecido em 1995, até os dias de hoje, suas concepções teórico-metodológicas e as principais influências.
A performance O Chão nas Cidades, objeto de investigação desta pesquisa, é uma intervenção urbana quem, ao colocar corpos deitados em espaços estratégicos e de grande circulação, provoca uma ruptura de ritmo e dinâmica no cotidiano da cidade. O trabalho tematiza o espaço público, a dimensão estética e social da performance e os processos de apropriação do espaço na arena de exclusão social. O gesto de cair e interromper o fluxo de ações condicionadas do cotidiano, mote de O chão nas Cidades, conduz à reflexão acerca dos elementos estéticos, político e sociais contidos na ação dessa performance. Na pesquisa são investigados os seguintes aspectos: os desdobramentos estéticos e criativos de uma intervenção urbana, com base na performance; o olhar do público-passante, dentro do ambiente da performance, para a realidade de exclusão presente no chão das cidades e ad relações sociais no mundo contemporâneo, a partir do entrelaçamento de vida e arte existente na performance.
Esta dissertação trata da utilização da linguagem da performance no ensino da Arte para um grupo específico de alunos, trabalhadores da Companhia Siderúrgica de Tubarão (Serra-ES) e estudantes de uma unidade escolar localizada na própria empresa, a Unidade Educacional Sesi - CST ou 'Nossa Escola'. Essa unidade de ensino constituiu-se a partir de um projeto em parceria com o sistema Sesi de ensino, inciando suas atividades em 1994 e encerrando-se em 2004. O trabalho analisa as experiências performáticas vividas nas aulas de Arte, em dois projetos distintos: o 'Terra', elaborado em 2003, cujo objeto de estudos foram fotografias di artista Sebastião Salgado encontradas no livro homônimo, mesclando linguagens artísticas como artes visuais, teatro e performance; o 'Performances', realizado em 2004, a partir de releituras em performance e vídeo de variadas obras de artistas plásticos. No relato dessas duas experiências, o que se procura é refletir de que forma se desenvolveu o pensamento artístico e estético do grupo. As experiências são fundamentadas com base no estudo das teorias sobre jogos, teatro-educação e performance, de autores como Richard Schechner (1988, 1996, 2003), Viola Spolin (1987), Johan Huizinga (1996) e Erwing Goffman (2002). O estudo pretende contribuir para as discursões sobre o uso da linguagem performática nas aulas de Artes.
Este trabalho se propõe a analisar as videoperformances de Letícia Parente, um conjunto de tecno-imagens produzido e performado pela artista entre 1974 e 1982. Nestes vídeos, foi focalizada a estreita relação entre a performance e o vídeo, isto é, a relação entre a ação da artista e o processo de produção de imagens técnicas, a partir da captação do olho eletrônico que é a filmadora. Além dos vídeos, foram também analisados trabalhos produzidos em diversos suportes artísticos e que compõem o acervo da artista
O presente trabalho pretende estudar a performance do Garoto Bombril - Carlos Moreno - a partir dos conceitos de Performance, Estudos dos Gêneros e Feiúras. A questão principal é estudar um garoto-propaganda que, por quase três décadas, esteve no ar buscando subverter os estereótipos e conceitos estético-publicitários e criando um novo tipo. A pesquisa busca desvendar como um homem franzino, meio tímido, desconcertado, falível, frágil e, por vezes, afeminado tornou-se um dos personagens mais marcantes da história da publicidade televisiva. Nesse contexto, o estudo irá analisar 12 comerciais em que o personagem atuou durante o período de quase três décadas. O objetivo principal é analisar a performance do Garoto Bombril; o objetivo específico, analisar o trabalho do ator na construção do personagem, identificando os elementos que o constituem e influenciam no aspecto artístico e social.