Neste artigo, empreendemos uma análise do diálogo intertextual estabelecido entre a peça teatral A última encarnação do Fausto, escrita por Renato Vianna e encenada pela primeira vez em 1922, e o Fausto I, de Johann Wolfgang von Goethe. Nossa análise privilegia o momento do pacto e as personagens de Eduardo e Mefisto, as quais evocam Fausto e Mefistófeles respectivamente. Investigamos, ainda, a relação da peça com a tradição literária europeia, epitomizada nos movimentos romântico e parnasiano, de modo a evidenciar a reflexão de Vianna sobre a natureza da arte no contexto do Modernismo brasileiro.
Neste artigo, empreendemos uma análise do diálogo intertextual estabelecido entre a peça teatral A última encarnação do Fausto, escrita por Renato Vianna e encenada pela primeira vez em 1922, e o Fausto I, de Johann Wolfgang von Goethe. Nossa análise privilegia o momento do pacto e as personagens de Eduardo e Mefisto, as quais evocam Fausto e Mefistófeles respectivamente. Investigamos, ainda, a relação da peça com a tradição literária europeia, epitomizada nos movimentos romântico e parnasiano, de modo a evidenciar a reflexão de Vianna sobre a natureza da arte no contexto do Modernismo brasileiro.
Este trabalho investiga o procedimento intertextual como elemento orgânico na construção da peça Um Moliere imaginário, do Grupo Galpão de teatro de rua, em Minas Gerais, Brasil.
Caio Fernando Abreu (1948-1996) alcançou nítido reconhecimento nesse começo de século XXI, seja pelos estudos de suas obras, seja pela propagação de informações nas redes sociais. Entretanto, uma face de Caio continua misteriosa: o Caio-dramaturgo, escritor de peças que revelam domínio do gênero dramático. Como contribuição aos estudos da dramaturgia caiofernandiana, este trabalho analisa como o metateatro ocorre na peça O homem e a mancha em diálogo com outros textos dramáticos do autor, além de seus contos e romances. O intuito é apontar os elementos metateatrais, como a quebra de ilusão, o intertexto e evidenciar ainda um outro recurso: a autoficção. Assim, a partir de teorias de Julia Kristeva, Harold Bloom, Laurent Jenny, Gérard Genette e Typhaine Samoyault, verificamos como se constrói a intertextualidade na peça de Caio e, retomando os conceitos de metateatro propostos por Lionel Abel, Manfred Schmeling e Tadeusz Kowzan, analisamos as diferentes formas de quebra de ilusão, da mise en abyme às falas metateatrais explícitas. Para finalizar, alguns conceitos de teatro autobiográfico e autobiografia de Philippe Lejeune contribuem para a análise do teatro de Caio Fernando Abreu, jamais autobiográfico, mas passível de leitura autoficcional. Para tanto, contamos com o respaldo teórico de Serge Doubrovsky, Vincent Colonna, Philippe Gasparini e Diana Klinger. Nossa hipótese é que, uma vez colocando sua vida no palco por trás dos seus personagens e de sua ficção, Caio Fernando Abreu possibilita uma nova leitura de sua obra, incluída em um espaço híbrido que coloca em xeque noções de real e ficcional, instaurando a ficção ao mesmo tempo em que a revela.