A pesquisa apresenta uma reflexão sobre a historiografia teatral de Décio de Almeida Prado, importante crítico e historiador do teatro brasileiro. Intelectual ligado à terceira fase do movimento modernista, que alguns autores designam como a “Geração de 1945”, seu pensamento estético e historiográfico possui laços estreitos com uma certa concepção de mundo moderna, donde se explica o título conferido ao trabalho. A tese defendida objetiva demonstrar os diferentes imbricamentos existentes entre os ensaios de Prado sobre o passado cênico nacional e semelhante cosmovisão, procurando deslindá-los à luz de certos parâmetros como, por exemplo, a filosofia da história e algumas noções estético-teatrais que conformariam essa vertente de sua obra. Em que pese, contudo, o foco mais concentrado nos ensaios historiográficos, informe-se que suas críticas de espetáculos, produzidas ao longo de anos, não foram ignoradas, na medida em que fazem parte do escopo deste estudo, cujo projeto, dentro de suas possibilidades, é analisar o pensamento de Prado como um todo. Tendo isso em vista, para uma melhor compreensão do assunto, empreendeu-se uma comparação, que atravessa a pesquisa do início ao fim, entre o ensaísmo teatral de Prado e o ensaísmo literário de Antonio Candido, lembrando que ambos começaram suas carreiras juntos ao fundarem, em parceria com outros nomes, como Paulo Emílio Salles Gomes e Ruy Coelho, a revista Clima (1941-1944). Pelo fato de suas respectivas historiografias apresentarem muitos vínculos entre si, a ponto de ser possível afirmar que elas pertenceriam a um mesmo projeto intelectual, tal cotejo acabou se mostrando fundamental para as pretensões embutidas na tese, fazendo com que este trabalho se tornasse, à sua maneira, uma obra de historiografia comparada.
Esta tese investiga a relação do Estado com o teatro no Brasil no período de 1822 a 1889, por meio da subvenção às Artes Cênicas. Procura relacionar a documentação produzida pelo executivo e o legislativo dedicada ao teatro aos debates dos homens de letras sobre a questão teatral nos periódicos do Rio Janeiro. Investiga o patrocínio às Artes e à Literatura, na França do XVII e a assimilação desse modelo em Portugal durante o século XVIII e no Brasil a partir do XIX. Examina a ação da Revue des Deux Mondes na divulgação do teatro francês no Brasil. Analisa o alvará de 1771, primeira legislação produzida em Portugal para a normatização dos teatros públicos do reino e a sua permanência no Brasil após o processo de independência. Contribui com documentos novos para aprofundamento do estudo da história do teatro brasileiro
Instituto de Artes/ Programa de pós-graduação em Artes da Cena
266 páginas
Oduvaldo Vianna Filho é reconhecidamente um dos dramaturgos brasileiros de maior relevância da década de sessenta e setenta. Em sua obra buscou retratar o panorama político nacional, refletindo sobre questões como o imperialismo norte-americano, o papel da militância, a realidade do operariado e do camponês, a universidade, enfim, temáticas que, apesar de serem classificadas como "datadas", ainda hoje geram controvérsias. Dessa forma, esta dissertação de mestrado buscou aprofundar os estudos sobre a obra de Vianinha, tendo como foco central a análise das seguintes peças: A mais-valia vai acabar, seu Edgar; Brasil versão brasileira; O Auto dos 99%; Quatro quadras de terra e Os Azeredos mais os Benevides, produzidas pelo dramaturgo no período em que esteve vinculado ao Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE). As análises foram realizadas com base nas obras de alguns teóricos que exerceram influências sobre o trabalho de Vianinha como, por exemplo, Bertolt Brecht, Erwin Piscator dentre outros. Sendo assim, foram utilizados os conceitos de teatro épico, teatro de revista e agitprop, fundamentais para a compreensão das peças. O resultado deste trabalho visa demonstrar que as obras dramáticas em questão possuem valor artístico e não apenas histórico, social ou político.
O texto apresenta um breve relato sobre a presença da atriz portuguesa
Ludovina Soares da Costa nos palcos dos teatros da corte no Brasil a partir de 1829. Faz
considerações também sobre a necessidade de maiores estudos sobre a contribuição dos
atores portugueses ao desenvolvimento do teatro brasileiro, sobretudo no século XIX.