Este texto visa discutir de que maneira, por intermédio do teatro, é possível apreender a
circularidade cultural e, por que não dizer, política entre o Brasil e Itália. Embora sejam amplamente conhecidas as interconexões que se estabeleceram entre esses dois países, em termos artísticos, na cidade de São Paulo, seja em relação às artes cênicas, ao cinema, às artes plásticas, à literatura e à arquitetura,não podemos, quando nos reportamos a esta temática, ignorar o impacto que a encenação de Morte Acidental de um Anarquista, em 1982, pela Companhia Estável de Repertório (C.E.R.), que teve à frente o ator e produtor Antonio Fagundes, sob a direção de Antônio Abujamra.
Com base na teoria do efeito estético/estética da recepção (Wolfgang Iser), este
artigo discute os diálogos entre Terra em transe (1967, Glauber Rocha) e O Rei da
Vela (1967, Zé Celso) e propõe alguns avanços nas discussões acerca da relação
história e cinema. Como conclusão, demonstramos que a historicidade dessas
obras de arte ganha novos significados, quando utilizamos as ideias de Wolfgang
Iser.