n 1979, film-maker Leon Hirszman (1937–1987) collaborated with playwright Gianfrancesco Guarnieri on a film adaption of Guarnieri’s famous play about Brazilian working-class life, They Don’t Wear Black-Tie.1 The resulting film, released in 1981, reconfigured the politics and content of the 1958 play to fit the new era of the late 1970's when dramatic metalwork-ers’ strikes placed São Paulo on the front lines in the fight against the Brazilian military dictatorship. Using biography and the dramatic and cinematic texts, this article traces the political and aesthetic challenges facing these two important cultural figures and their generation of radical intellectuals. In particular, the article will explain why an image of “workers” proved so central in the making of modern Brazilian theater and film since the late 1950's, while exploring the changing configuration of intellectual and povo (common people) between the late Populist Republic and the remaking of the Brazilian working class during the late 1970's. Throughout, it will ask: What is the cultural, political, and historical substance or significance of the presentation of workers in Black-Tie? Does it rep resent an expression of social reality? And if so, what reality, and whose vision? * Artigo publicado na International Labor and Working-Class History, n. 59, Spring 2001, p. 60-80.
Este trabalho tem por objetivo mostrar o processo de pesquisa que consiste em identificar e analisar as (micro) relações de poder dentro do texto Eles Não Usam Black-Tie, escrito por Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006). Para isto, fazemos uso do pensamento do estudioso francês Michel Foucault (1926-1984), nos relacionando, assim, com um aspecto multidisciplinar do nosso processo em que dialogamos com outra área do conhecimento: a filosofia. Nos valemos do seu livro Microfísica do Poder (1979) para nos auxiliar como principal obra consultada. Para observar estas relações dentro da peça de Guarnieri, lançamos nosso olhar sobre as personagens da casa Black-Tie e observamos a presença da mulher como fator que influencia na circulação do poder. Neste sentido, focamos nas (micro) relações de poder entre a classe operária e os empregadores, procurando, também, evidenciar a hierarquização familiar existente dentro do texto. Sendo assim, acreditamos que nosso processo dialoga com um texto polít