O propósito desse artigo é realizar um panorama das artes cênicas em Belo Horizonte, nos últimos cinco anos, partindo da análise de mais de oitenta espetáculos assistidos nesse período e buscando tecer algumas considerações de ricas sobre o direcionamento do teatro em nossa cidade.
Este texto aborda a experiência político-cultural de dois grupos de teatro Ferramenta (1975-1978) e Forja (1979-1991) constituídos por dirigentes sindicais, trabalhadores da base operária e por um ator e diretor de teatro. Destaco como características fundamentais, para a compreensão da dinâmica desses grupos, o perfil de um teatro militante no pós-1964, o processo de criação coletiva, a aproximação entre operários, intelectuais e artistas de esquerda e a atuação na periferia urbana.
O trabalho visa refletir sobre a atualidade das propostas do método de Bertolt Brecht
de encenação teatral através de sua reelaboração a partir da cultura brasileira, analisando os
vídeos, através de suas conexões com os espetáculos teatrais, de dois grupos brasileiros a saber:
a Companhia do Latão (São Paulo) e o Ói Nóis Aqui Traveiz (Porto Alegre). A metodologia
analítica funde noções estético-filosóficas cunhadas por Brecht e Walter Benjamin às
observações recolhidas durante uma pesquisa de campo junto aos dois grupos teatrais,
objetivando uma compreensão mais ampla da conexão entre os espetáculos teatrais e os
respectivos registros audiovisuais em DVD. Analisa o uso do efeito-V em suas produções em
vídeo. E ainda algumas experiências formais dessa interseção vídeo-teatro a serviço da
memória das produções cênicas e da própria pesquisa experimental nesse campo.