Este artigo tem como objetivo apresentar as personagens Tonho e Paco da peça Dois perdidos numa noite suja (1966), do dramaturgo Plínio Marcos, estabelecendo uma comparação das mesmas com a figura do pícaro espanhol, cujos caracteres muito se aproximam aos dos seres plinianos. Desse modo, propõe-se, inicialmente, a abordagem das principais características da personagem teatral, a fim de se verificar os elementos que constituem o ser fictício na dramaturgia e, assim, analisar os perfis e as relações existentes entre as personagens da peça em questão. Evidenciando, portanto, a marginalidade social e suas consequências (agressões, roubo, assassinato) como as principais temáticas exploradas por Plínio e pela picaresca espanhola.
O objetivo de estudo deste trabalho é a atriz brasileira Juliana Carneiro da Cunha. Seu objetivo é recuperar um processo de criação da personagem através da investigação da carreira da atriz e de sua formação. Ou seja, indentificar uma possível técnica de atuação, por sua vez, denominada de escrita corpórea, a qual está relacionada à história do trajeto de uma atriz. Assim, tal investigação partiu da análise dos documentos adquiridos, como: fotografias, videos, criticas jornalísticas e entrevistas. Desta forma, pretende-se não somente traçar o percurso de Juliana Carneiro da Cunha nos campos do teatro, cinema, televisão e dança, bem como se aprofundar em uma arte de ator. Para tanto, a pesquisa sugere várias reflexões: o papel do pesquisador de teatro, a relação entre ator e personagem, a relação do ator com seu corpo e etc.
Com base nas observações de Said (2005), Santos Silva (2004) e Souza (2002, 2007) no que se refere ao papel do intelectual na contemporaneidade, nos pressupostos teóricos de Ryngaert (1996), Magaldi (2008), Pavis (1999), Ubersfeld (2005), Pascolati (2009), Ball (2009) e Peixoto (1980) acerca dos estudos do texto teatral; nas contribuições teóricas de Palottini (1989) no que concerne às noções de configuração das personagens, bem como nos estudos de Enedino e São José (2011) frente ao percurso historiográfico/transcultural de Cristina Mato Grosso no compêndio dramatúrgico sul-mato-grossense, o objetivo desta pesquisa é realizar uma análise da peça Foi no belo sul Mato Grosso (1979), de Cristina Mato Grosso focalizando os diferentes discursos, bem como o processo descritivo do tempo/espaço presentes na obra. Com efeito, pretende-se observar, também, como tais aspectos corroboram para fornecer determinados efeitos de sentido na peça, o que corrobora para a constituição de um projeto estético da autora e, por extensão, da dramaturgia de Mato Grosso do Sul.
Esta pesquisa procura mostrar, por meio da representatividade do teatro que se apresentava
como espelho verossímil da nação, as condições sociais do negro e dos descendentes de
sangue escravo na sociedade brasileira do século XIX.
Ao tomar como foco o teatro brasileiro e sua história, inaugurada com as manifestações
cênicas organizadas pelos jesuítas, procura-se evidenciar que, através desses diálogos, se
denunciava o preconceito social: o escravo visto como corruptor da família e da sociedade e o
miscigenado como face degenerada e impura por ter ascendência no cativeiro.
Entre os escritores empenhados na edificação de um perfil nacional destacam-se autores
como José de Alencar, Paulo Eiró e Castro Alves que retrataram a vida social e as
discriminações preconceituosas que ressaltam o tema da escravidão. Suas personagens,
alicerces das tramas, anunciavam (e denunciavam) todo o contexto social da época. Na
tessitura de vozes dessas peças, em especial nos dramas Sangue Limpo de P. Eiró e Gonzaga
de Castro Alves, buscou-se o foco da denúncia de personagens que, como vítimas e, ao
mesmo tempo testemunhas, só encontravam vez nas cenas teatrais.