Este trabalho, Não seria possível fazer rir sem fazer corar?: uma análise da forma irônica nas comédias e nos dramas de José de Alencar intenciona investigar nas peças alencarinas, O jesuíta (1875), Mãe (1860), O demônio familiar (1857) e O Rio de Janeiro verso e reverso (1857), a forma pela qual o conceito, ou os conceitos, de ironia se fazem presente nesses dramas e nessas comédias. Para melhor ordenação deste trabalho, dividimo-lo em três partes. Na primeira parte, trataremos dos elementos estéticos que estruturam essas obras, como dos fatores exteriores a elas, na tentativa de aprofundar um pouco mais a pesquisa que se faz deste teatro e seu autor. Na segunda parte, analisamos os dramas e as comédias escolhidas e sua relação com o discurso irônico. Para alcançar esse intuito, relacionaremos as peças contempladas aos estudos e análises de diversas teorias: literárias, filosóficas e psicológicas que tenham se debruçado sobre o estudo deste elemento, a ironia, enquanto artifício vário e configurador. Na terceira parte, avaliaremos a forma como a estrutura dessas peças estabelece uma relação com o entorno social, mostrando uma conexão entre o fator social e a dimensão estética das obras por uma perspectiva temática.
A linguagem um dos principais recursos de construção do pensamento da atuação e da imersão do ser humano no mundo é o foco desse trabalho em especial a modalidade oral Essa dissertação objetiva investigar como as crianças do 5° ano do Ensino Fundamental da rede pública de Fortaleza constroem estratégias de formulação de sentidos do tópico discursivo na perspectiva da oralidade quando expostas ao trabalho de encenação improvisada de um conto de fadas A pesquisa de natureza qualitativa contou com a participação de 24 crianças de 10-11 anos de idade O processo de coleta de dados desenvolvido nos meses de setembro e outubro de 2008 apresentou os seguintes momentos: visita à escola observação em sala de aula e interação com as crianças a partir de dinâmicas contação da história A bruxa Salomé discussão do conto e encenações improvisadas Os dados foram registrados em áudio e vídeo As encenações improvisadas são constituídas de micropeças nas quais as crianças elaboraram diálogos a partir de sete situações desencadeadoras sendo duas livres sem instrução da pesquisadora e cinco atividades direcionadas A partir dessas encenações improvisadas levantamos um corpus de nove micropeças cujos principais objetivos foram analisar a introdução do tópico discursivo as estratégias de reformulação para retomá-lo e as repetições utilizadas para a progressão tópica no processo de construção coletiva de um texto oral A leitura de nossos dados evidenciou que os participantes introduziram o tópico discursivo utilizaram estratégias textuais com intuito de reformular e retomar o tópico apropriaram-se de elementos socioculturais como marcas de autoria para progressão textual Esses resultados asseguraram que o uso da linguagem impulsiona o seu desenvolvimento e que a instituição escolar constitui-se um ambiente fértil ao desenvolvimento da oralidade uma vez que dispõe de um potencial para a ampliação discursiva linguística lúdica e criativa Neste aspecto as atividades teatrais corroboram para um progresso na aprendizagem por meio da inclusão da arte na educação.
Este trabalho relata os registros de cerca de 50 memorialistas, seja de dramistas, desde a 1ª geração na década de 1940 às representantes da última geração (até 2001), de dramistas de Guriú, no litoral oeste do Ceará ou ainda de seus tocadores que acompanhavam suas famosas apresentações. Tal conjunto intenso de histórias de vidas das aprendizes-dramistas e das mestras de drama, mostra que suas produções foram imortalizadas por marcante inventividade a cada produção e também por incursões muito apreciadas pelas comunidades vizinhas que apreciavam demasiadamente a presença destas produções estéticas juvenis. São narradas as intensas transformações metodológicas por que a pesquisa e a pesquisadora passaram no contato com estas intensidades vivas ditas pelas memorialistas. E ressalta-se que estas entrevistadas foram bastante influenciadas pelo circo, teatro, cinema, rádio, revistas, livros, televisão e outros espetáculos a que tiveram acesso. Percorrendo os 60 anos de histórias de várias gerações de dramistas, percebeu-se que estas se mantiveram à margem da dominação masculina e do quanto sempre foram submissas mesmo aos seus desejos de representar e de montar juntas os seus transitórios palcos, pois suas expressões eram nômades.Registra-se uma lição possível e encaminhada ao discurso burocrático dos órgãos de decisão da Educação Básica Brasileira e que pode se desprender das falas das dramistas, a quem queira ouvir e produzir indagações sobre a mesmice educacional oficial e obrigatória.
Esta pesquisa analisa a peça Gota d’água, de Chico Buarque e Paulo Pontes, enquanto resultado de um processo de retextualização da tragédia clássica Medéia. Levando em conta elementos teórico-metodológicos da Análise do Discurso, buscamos sempre a articulação texto/contexto, necessária para o entendimento da obra como a um só tempo produto, reflexo e elemento ativo das circunstâncias sócio-históricas. Consideramos, dentro do percurso que vai da Medéia de Eurípides à Gota d’água, de Chico Buarque e Paulo Pontes, o roteiro Medéia, de Oduvaldo Vianna Filho. Tal articulação é indispensável, pois muitos dos processos de retextualização que Gota d’água apresenta já podem ser observados nesse roteiro, escrito para um “Caso Especial” da Rede Globo. Perceber tais relações de influência fez parte de nossa investigação, que também abordou o enquadramento destas obras no contexto do Teatro Nacional-Popular da década de 1970. Trabalhar com uma peça de teor musical, como é o caso de Gota d´água, ainda permitiu reflexões sobre a realidade dramatúrgica brasileira e o gênero canção popular.
Figura emblemática presente no imaginário popular europeu, devido à ascensão do Cristianismo como religião dominante, o Diabo recebeu diversas definições e transformações que o moldaram através dos séculos. Na Literatura Brasileira, em especial, no Quinhentismo e na Contemporaneidade, temos de maneira bastante significativa a representação residual de tais personificações do Diabo, seguindo os moldes do imaginário cristão medieval conforme se encontra no Auto da Alma, no Auto da Barca do Inferno, no Auto da Barca do Purgatório e no Auto da Barca da Glória, de Gil Vicente. O intuito deste trabalho é demonstrar os aspectos residuais da representação do Diabo medieval vicentino no teatro brasileiro quinhentista do Padre José de Anchieta e no contemporâneo de Ariano Suassuna.
Esta dissertação se debruça sobre algumas das personagens mulheres emblemáticas do teatro de Nelson Rodrigues, visando investigar os possíveis caminhos ou descaminhos dessas personagens, a fim de compreender as diversas expressões da sexualidade feminina, bem como as fantasias e posições subjetivas que as mulheres rodriguianas ocupam no exercício dessa sexualidade e no amor. Considerando a virulência do teatro rodriguiano e o poder da arte de dar expressão às formações do inconsciente, supomos que a dramaturgia de Nelson Rodrigues pode trazer importantes contribuições para o avanço do saber psicanalítico sobre a sexualidade feminina. Para tanto, essa investigação tomou como material de análise as peças: Senhora dos Afogados, Vestido de Noiva e A Serpente. Tendo como base o referencial teórico da Psicanálise, foram fundamentais para guiar essa investigação os conceitos freudianos de inconsciente, pulsão, recalque, complexo de Édipo, fase pré-edipiana, complexo de castração, identificação e supereu; bem como a categoria teatral da ação. A presente pesquisa foi bibliográfica e buscou, na análise do discurso das peças, ater-se às sutilezas do texto rodriguiano, enquanto discurso veiculado pela palavra e pela ação. Desse modo, as mulheres do teatro de Nelson Rodrigues mostraram-se, sobretudo, arrebatadas pela paixão e pela voluptuosidade, em nome de um “querer” que ultrapassa o desejo e o encontro com o objeto; “querer” que parece se escorar também na figura da “outra mulher”, depositária de um amor ambivalente por excelência.
A compreensão da arte enquanto proposta pedagógica, que permite ao artista transmitir idéias, conceitos e emoções de forma a gerar reflexões e apontar caminhos para o desenvolvimento da sociedade dentro de uma perspectiva ética e espiritualizada é o caminho que nos torna possível articular arte e espiritualidade numa discussão dialógica e formadora para o devir do humano na sua constante busca por ser mais. O Grupo Espírita de Teatro Leopoldo Machado no ofereceu as condições necessárias para tornar essa pesquisa possível, haja vista a especificidade do teatro com que trabalham e os objetivos atribuídos à sua práxis teatral: divulgar a mensagem espírita, como forma de dar sentido espiritual ao seu público e trabalhar a auto-transcendência. Partimos, portanto, de alguns questionamentos iniciais que favoreceram o aprofundamento dessas discussões: existe um diálogo entre o ator e o personagem no teatro espírita? O personagem que se interpreta traz para o ator/atriz reflexões à sua própria existência? A partir dessas reflexões possibilitadas pelos círculos de cultura freireano dentro do universo do próprio grupo, surgiu uma nova pergunta para a discussão: o Grupo Espírita de Teatro Leopoldo Machado é também um espaço de formação humana e social? Diante desses elementos já postos, foi possível verificar as articulações entre sujeito e personagem, sujeito e texto, entre os próprios sujeitos, na formação de si. No percurso da pesquisa, percebemos que para além do teatro espírita, que tem um função por si formadora, o próprio grupo, como ambiente de convivência e partilha, exerce também uma função importante no processo de formação desses sujeitos. A metodologia eleita para responder as questões propostas foi a Pesquisa-ação por nos possibilitar uma relação de maior envolvimento, onde transitei entre a condição de pesquisador e sujeito da própria pesquisa realizada. Foi utilizada ainda a metodologia de Evangelização de Espíritos, que permitiu articular os círculos de cultura freireanos com os princípios espíritas. Os autores que fundamentam essa pesquisa são: Barbier(2007); Josso (2004); Freire (1967, 1996, 1997, 2005) e Amui (2005, 2009, 2011, 2012). Trazemos ainda alguns autores que nos permitiram uma aproximação entre conhecimento espírita e auto transcendência, teatro e formação humana, educação e espiritualidade, destacamos dentre eles: Koudela ( 1992); Kardec ( 1997, 2002, 2003, 2008); DENIS (1997, 2008); FRANKL (1989) e BURNIER (2009).
O presente estudo é resultado de uma análise reflexiva sobre as significações atribuídas, por dois artistas do Teatro Radical Brasileiro – TRB, ao trabalho com a imaginação por eles realizado durante as duas fases da artesania da cena do espetáculo Tempo Temporão, em 2002 e 2005. Refletimos sobre os significados desse trabalho, a partir dos elementos cênicos que o integraram e de sua relação com as experiências de vida e de arte dos sujeitos. Para isso, procedemos à articulação entre os conceitos de artesania da cena teatral, de imaginação e de trabalho com a imaginação. O estudo de caso etnográfico nos permitiu descrever densamente o modo como ocorreram aquelas duas fases de artesania teatral, dependentes das ações e das reflexões realizadas pelos artistas envolvidos no cotidiano do trabalho imaginativo. Considerando, ainda, a prática docente dos sujeitos em teatro, selecionamos alguns aspectos como a valorização do trabalho com a imaginação, a necessidade do conhecimento crescente na área de arte, as vivências coletivas, entre outros, contidos nas significações apontadas por eles, para pensarmos a formação do arte-educador.
Esta pesquisa centra-se na Ancestralidade Africana. Estruturada nesse conceito busca elencar possibilidades para uma formação teatral que não invisibilize o pertencimento étnico dos afrodescendentes. Partindo de um reconhecimento da força poético-imagética do Culto Egungun e de uma vivência no Maracatu Nação Baobá, num bairro de Fortaleza, foi possível apresentar uma discussão na intenção de fazer o pensamento dançar como festivamente ensina a cultura tradicional africana de matriz ioruba. Uma pesquisa que foi compartilhada com os integrantes do Grupo de Teatro Tambor de Rua, a fim de que os estudos teóricos fossem postos na circularidade esférica que movimenta a realidade cotidiana sempre mais indômita. Esse trabalho tem como ponto de partida a fecundação do teatro na minha história de vida, trespassada pelo Candomblé Ketu-Nagô, mais intimamente a presença de Exu-Oxum que me mostraram um jeito contemporâneo – via internet – de revisitar a tradição. Foi a partir dessa contação que os caminhos e encruzilhadas se nos mostraram possíveis. Laroiê! Ora ie iê ô!
Este trabalho propõe-se a investigar a presença do Hamlet (1600-01), de William Shakespeare (1564-1616), em alguns textos de Machado de Assis (1839-1908). Procuramos compreender como o escritor brasileiro (des)leu a peça do dramaturgo inglês e a usou em sua criação individual. Intentamos expor a pertinência da leitura de Hamlet feita por Machado para a construção de alguns de seus textos, a saber, a Dedicatória e o prefácio “Ao leitor”, de Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), os contos “To be or not to be” (1876) e “A cartomante” (1896) e a crônica “A cena do cemitério” (1894). Traçamos o percurso da obra shakespeariana – principalmente Hamlet – através da sua recepção elisabetana, neoclassicista e romântica. Sob o influxo do Romantismo, Shakespeare ficou conhecido no nosso país. Machado de Assis foi leitor das obras do dramaturgo inglês e expectador de apresentações teatrais de peças shakespearianas. Conforme sua literatura e crítica literária revelam, o escritor carioca foi entusiasta das criações de Shakespeare. Acreditamos que poemas, contos, romances e peças nasceram como uma resposta a poemas, contos, romances e peças anteriores, e essa resposta dependeu de atos de leitura e interpretação por escritores posteriores. Defendemos a tese de que a escritura de Machado de Assis é resposta à leitura de Shakespeare, destacadamente a peça Hamlet. Procuramos demonstrar que Machado de Assis apropria-se da obra shakespeariana, com a convicção de que o romancista brasileiro deslê a obra de seu precursor, Shakespeare, em sua própria escrita. Utilizamos o conceito de desleitura segundo Harold Bloom (1991), ou seja, como apropriação de uma obra anterior por meio de uma correção criativa, ou uma interpretação distorcida. Analisaremos os textos machadianos acima listados, em que Shakespeare mostra-se evidente, e os compararemos ao Hamlet do autor inglês, partindo da ideia de que esses textos não existiriam se Machado de Assis não tivesse lido a obra shakespeariana.
A idéia de um “Ceará moleque” desde os fins do século XIX vem sendo gestada simbolicamente em narrativas ficcionais relatos memorialísticos revistas e jornais fazendo parte assim de um imaginário e memória coletivos Tal rótulo pressupõe que o “povo cearense” é irreverente e alegre por natureza Contudo o sentido de um “Ceará moleque” precisa ser relativizado sob que perspectiva é utilizado como é interpretado e incorporado à cultura. A partir de meados dos anos 1980 um grupo de artistas começou a fazer shows de humor em bares e pizzarias nas noites da cidade de Fortaleza. Deste então esses profissionais são tomados principalmente pelos meios de comunicação locais como mais uma forma de expressão de um “Ceará moleque” ou de uma “molecagem cearense” Uma pergunta cabível é que “molecagem” é essa que eles fazem? Para ajudar a responder tal questionamento escolhi como campo de investigação o trabalho do humorista Eddi Lima o qual figura hoje como um desses profissionais do humor no Ceará cuja figura representada é Madame Mastrogilda Destarte procuro de modo específico por meio da observação do show humorístico de Madame Mastrogilda (Eddi Lima) e de entrevistas com o humorista que a interpreta descrever e explicar a maneira como este provoca o riso como faz humor.
O objeto de estudo desta tese reporta-se a uma questa?o comum a diversos cursos de licenciatura em Teatro: a preocupac?a?o com os percursos formativos dos futuros professores de Teatro. O campo de ana?lise e? o curri?culo do Curso de Teatro-Licenciatura, Instituto de Cultura e Arte (ICA), Universidade Federal do Ceara? (UFC). Inferiu-se que a identidade profissional dos discentes e? construi?da a partir dos sentidos que atrave?s de suas experie?ncias eles atribuem a? proposta pedago?gica do curso. Desta forma, a questa?o que se busca responder e? como eles avaliam esta proposta pedago?gica a partir da relac?a?o que estabelecem entre ela e o perfil do egresso, o artista-pesquisador-docente. O foco desta pesquisa e?, portanto, o que se pode considerar como curri?culo com quem, ou seja, o perscrutar de um curri?culo atrave?s da compreensa?o de quem o afeta e e? afetado por ele. O conceito e a ana?lise do curri?culo sa?o construi?dos em dia?logo com os discentes por meio de entrevistas, questiona?rios, cartas, projetos de cenas e relato?rios por eles elaborados em diversas etapas de sua formac?a?o. Conclui-se que, no que diz respeito a? relac?a?o entre o curri?culo e o perfil do egresso, a cri?tica do discente e o desafio dos agentes curriculares recaem sobre as disciplinas que necessitam estabelecer maior ligac?a?o entre si, a fim de prepararem, cada uma em sua especificidade mas de maneira integrada, um profissional plural. Neste caso, a interdisciplinaridade pode se apresentar como uma alternativa possi?vel para suscitar experie?ncias que sejam capazes de agregar a arte, a pesquisa e a doce?ncia.
A pesquisa intitulada, Teatro infantill e educação em Walter Benjamin, analisa o conceito de formação à luz da crítica de Walter Benjamin à cultura e à educação burguesas que coincide com sua teoria da linguagem presente nas “Questões introdutórias de crítica ao conhecimento” da obra Origem do drama barroco alemão (1984). São discussões que dizem respeito à questão do esvaziamento do conceito e propõe a representação (Darstellung) como desvio, apontando na linguagem, no brincar e no jogo infantil a possibilidade de uma apresentação desintegrada da razão analítica e da consciência esclarecida. A apresentação infantil assume dois aspectos: o gnosiológico e a encenação (no sentido de atuação), porque jogando a criança expõe uma profanação aliada ao desenvolvimento da linguagem, à aprendizagem e à autonomia. A pesquisa delineia as seguintes problematizações: a ação da razão coercitiva não seria o fracasso da filosofia, na medida em que ela nega a representação como método para o alcance da verdade da linguagem, cuja função seria portar a unidade do Ser? Como a criança, por meio do jogo e do brincar, experiencia a verdade da linguagem e delimita a representação crítica e criativa da vida? Qual a proposta de formação benjaminiana no tocante à educação e ao teatro infantil? De que forma o brincar e o jogo (elementos primordiais que a criança utiliza para representar, de modo crítico e criativo, a existência) podem contribuir na sua formação? O interesse pessoal nesta pesquisa remete à minha dissertação de mestrado, por meio da qual pude elaborar algumas hipóteses que precisavam de um estudo mais profundo dos conceitos benjaminianos de educação e de cultura, e à minha experiência com a arte, em especial o teatro e a pintura, que foram importantes na minha formação. Foram analisadas as obras e os ensaios de Walter Benjamin sobre a educação e o teatro infantil na formação da criança e seus conceitos: “Faculdade Mimética” (Mimetische Vermögen), “jogo“ (Spiel), “teatro” (Schauplatz), “retorno” (Rückkehr), “repetição” (Wiederholung), “percepção” (Wahrnehmung), “sentido ontogenético“ (ontogenetischen Sinn) e “sentido filogenético” (phylogenetischen Sinn), “desvio” (Abweichung), “criatura” (Geschöpf), “educação” (Bildung), “cultura” (Kultur), mímesis e “profanação” (Schändung). O objetivo geral da pesquisa foi analisar a crítica de Walter Benjamin à cultura e à educação burguesas, verificando as implicações que apontam no jogo infantil, o meio pelo qual é possível pensar a tensão resultante da profanação e a arte como o caminho viável ao desenvolvimento criativo e à recepção estética.