Este trabalho relata os registros de cerca de 50 memorialistas, seja de dramistas, desde a 1ª geração na década de 1940 às representantes da última geração (até 2001), de dramistas de Guriú, no litoral oeste do Ceará ou ainda de seus tocadores que acompanhavam suas famosas apresentações. Tal conjunto intenso de histórias de vidas das aprendizes-dramistas e das mestras de drama, mostra que suas produções foram imortalizadas por marcante inventividade a cada produção e também por incursões muito apreciadas pelas comunidades vizinhas que apreciavam demasiadamente a presença destas produções estéticas juvenis. São narradas as intensas transformações metodológicas por que a pesquisa e a pesquisadora passaram no contato com estas intensidades vivas ditas pelas memorialistas. E ressalta-se que estas entrevistadas foram bastante influenciadas pelo circo, teatro, cinema, rádio, revistas, livros, televisão e outros espetáculos a que tiveram acesso. Percorrendo os 60 anos de histórias de várias gerações de dramistas, percebeu-se que estas se mantiveram à margem da dominação masculina e do quanto sempre foram submissas mesmo aos seus desejos de representar e de montar juntas os seus transitórios palcos, pois suas expressões eram nômades.Registra-se uma lição possível e encaminhada ao discurso burocrático dos órgãos de decisão da Educação Básica Brasileira e que pode se desprender das falas das dramistas, a quem queira ouvir e produzir indagações sobre a mesmice educacional oficial e obrigatória.
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