A idéia de um “Ceará moleque” desde os fins do século XIX vem sendo gestada simbolicamente em narrativas ficcionais relatos memorialísticos revistas e jornais fazendo parte assim de um imaginário e memória coletivos Tal rótulo pressupõe que o “povo cearense” é irreverente e alegre por natureza Contudo o sentido de um “Ceará moleque” precisa ser relativizado sob que perspectiva é utilizado como é interpretado e incorporado à cultura. A partir de meados dos anos 1980 um grupo de artistas começou a fazer shows de humor em bares e pizzarias nas noites da cidade de Fortaleza. Deste então esses profissionais são tomados principalmente pelos meios de comunicação locais como mais uma forma de expressão de um “Ceará moleque” ou de uma “molecagem cearense” Uma pergunta cabível é que “molecagem” é essa que eles fazem? Para ajudar a responder tal questionamento escolhi como campo de investigação o trabalho do humorista Eddi Lima o qual figura hoje como um desses profissionais do humor no Ceará cuja figura representada é Madame Mastrogilda Destarte procuro de modo específico por meio da observação do show humorístico de Madame Mastrogilda (Eddi Lima) e de entrevistas com o humorista que a interpreta descrever e explicar a maneira como este provoca o riso como faz humor.