A presente dissertação objetiva estudar a dramaturgia de um dos autores mais importantes do teatro brasileiro dos últimos vinte anos, Luís Alberto de Abreu. O trabalho consta de duas partes que têm por intuito a experimentação de uma interlocução entre o geral e o particular, no que diz respeito ao estudo de um autor de extensa produção. Desse modo, recupera-se a trajetória histórica do dramaturgo, atendo-se, posteriormente, à análise estética de um de seu textos mais emblemáticos. A primeira parte, que compreende o primeiro capítulo, de cunho documental e informativo, constitui-se em uma espécie de apresentação do dramaturgo, descrevendo a receptividade crítica que sua obra logrou, desde sua estréia, com Foi bom, meu bem?, em 1980, até Iepe, em 1998. A segunda parte é formada pela análise do texto O livro de Jó, um dos grandes sucessos do teatro brasileiro dos anos 90 e da dramaturgia de Abreu, importante fonte de pesquisa do teatro praticado neste fim de século. Tomando como ponto de partida um texto literário formal, marco da literatura hebraica, a peça de Abreu recupera e atualiza a trajetória do herói sábio. Contemporânea de um teatro para o qual a fragmentação e a ausência de qualquer contigüidade consistente transformaram-se em forças monopolizadoras, a dramaturgia de Luís Alberto de Abreu propõe o encontro do espectador com uma palavra que é, a um só tempo, drama e literatura.