A proposta nesta tese é particularizar a discussão do texto literário dramático que, sendo manifestação artística, tem uma função social imanente ao seu sentido próprio, como representação de algo visto, vivido ou imaginado. A escrita dramática, que é também uma escrita literária, pertence ao domínio do teatro como encenação e como montagem. Num primeiro momento, o objetivo é fazer um estudo do drama moderno e da tragédia moderna a partir de um terreno historicizado, bem como verificar o papel do ator e do dramaturgo ao longo da história. Na sequência, relacionar na trilogia de peças históricas do dramaturgo Jorge Andrade O Sumidouro, As Confrarias e Pedreira das Almas as procuras que marcam as personagens e que confirmam a correlação das peças com o drama moderno e com a tragédia moderna, tendo em vista que as questões não são excludentes. Na dramaturgia moderna a origem dos acontecimentos reflete-se sobre si mesma, passado e presente representam um objeto saturado de tensões. A dramaturgia de Jorge Andrade se inscreve nestes aspectos e se apresenta como conteúdo que estabelece uma relação dialética entre dois enunciados: o “enunciado da forma” e o “enunciado do conteúdo”, conteúdos advindos da vida social e que por si só já têm uma forma peculiar. Na tragédia moderna a tensão se instala entre o homem individualizado e o seu papel social. Daí o resultado trágico originar-se especificamente destas tensões.