O presente artigo reflete sobre as ferramentas da encenação contemporânea na constituição de seus discursos espetaculares tendo como pano de fundo a análise de duas montagens de textos do dramaturgo Plínio Marcos de Barros (1935 – 1999) realizadas na cidade de Salvador-Bahia-Brasil (Barrela, da Cia. de teatro Gente e Navalha na carne da Cia. de teatro Gente-de-fora-vem). A tendência natural da cena na contemporaneidade tem sido o que apresentar de modo contundente temas de cunho político-social, aqui abordados a partir dos sugeridos pelas dramaturgias encenadas: o universo carcerário do Brasil dos anos de 1950 em Barrela e a exploração sexual feminina, em Navalha na carne. Toma-se, para tanto, o teatro na atualidade como espaço privilegiado de experimentações aproximando esta prática artística de diversas outras linguagens cujo resultado concatena no caráter híbrido, liminar e fronteiriço que ela adquire sobretudo a partir da segunda metade do século XX.