Este trabalho analisa a peça inaugural de Plínio Marcos, Barrela (1958), cujo enredo põe em cena personagens do submundo criminal confinados numa cela, tendo que conviver de acordo com regras estipuladas por um exclusivo código interno. Este tem as suas semelhanças com o código oficial do qual tornaram-se vítimas, na medida em que com ele faltaram no cumprimento de deveres legais que garantem a ordem social. Esse dado, por si só, já apresenta interesse suficiente para uma análise específica dos fenômenos referidos, mas a abordagem do trabalho não se detém somente nos possíveis aspectos sociológicos das circunstâncias da vida carcerária num país como o Brasil. A construção formal do texto de Plínio Marcos (no que ressalta a qualidade ímpar de sua linguagem) e algumas questões referentes às suas opções temáticas (em cotejo com singularidades do universo dramático de seu “precursor” Nelson Rodrigues) são exploradas para uma melhor compreensão do posicionamento e importância da obra pliniana no panorama do teatro brasileiro.