O seguinte trabalho propõe uma investigação sobre a linguagem do palhaço contemporâneo, refletindo os estreitos limites entre arte e vida cotidiana. Valendo-se do estudo de caso de três diferentes artistas que sofreram influências de um mesmo palhaço, propõe-se perceber diferenças e semelhanças na maneira como eles , Marcio Libar, Ricardo Puccetti e Gardi Hutter, desenvolvem seus trabalhos. Analisa-se a criação do corpo cômico e suas distintas formações, tendo por base o exercício do picadeiro, desenvolvido inicialmente por Jacques Lecoq, em diferentes oficinas. Tomando como referência a discussão sobre o riso e as maneiras de conceber diferentes tipos de risos , a presente pesquisa aprofunda a discussão sobre o riso inclusivo, correlacionado a uma potência de vida. A análise fundamenta-se em base teórica composta pelos estudos de Vladimir Propp, Georges Minois e Spinoza. Identificam-se diferentes maneiras de conceber o corpo cômico, e como oficinas distintas dedicam-se em suas técnicas a criação deste corpo cômico. Em demonstração experimental ,o trabalho ainda analisa o corpo cômico em três espetáculos. Desenvolvem-se ,também, relações com a partitura de ações nestes diferentes espetáculos, demonstrando como esta partitura se apresenta mais ou menos aberta , dependendo do tipo de estratégia que cada artista traça para desenvolver seu espetáculo. Por fim, relaciona-se esta maneira mais ou menos aberta ao acaso, a interferencias do aqui-agora, do momento presente, com o conceito foucaultiano de dispositivo de poder, e que foi analisado segundo leituras de textos específicos de Giorgio Agamben e de Gilles Deleuze.
Esse estudo cria um circuito intenso de um Corpo sem Órgãos (CsO). Ele traça a partir de uma memória vivida uma teoria experimental sobre a possibilidade do detento da penitenciária Lemos Brito entrar em devir e criar para si um CsO. Contextualiza a prisão na perspectiva das três vozes: a primeira (do Estado), a segunda (do Dramaturgo) e a terceira (dos detentos), seus princípios e suas articulações. Apresenta-se enfim, o CsO: Um PROGRAMA como campo de consistência para o jogo dramático e teatral.