Centro de Letras e Artes - Programa de Pos-graduação em Teatro
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Nossa pesquisa examina o espetáculo Gracias Señor, a produção do Teatro Oficina, de 1972. Nossa atenção, neste espetáculo, está dirigida para uma proposta de contato entre atores e espectadores, que o grupo veio a chamar de 'atuação' e os meios pelos quais se buscou pôr em prática esse ideal. Buscamos, então, analisar não apenas conceitualmente, mas também, os processos empregados junto aos atuadores a fim de que possamos concluir se há uma organização interna capaz de se constituir, naquele processo, como uma metodologia original ou se há apenas procedimentos isolados, não interligados - o que negaria todo o passado de compromisso técnico/metodológico do Oficina. Para tanto, apresentamos o modo como o Oficina se apropriou, ao longo dos quatorze anos de atividades que antecedem Gracias Señor, das propostas de Stanislavski (somadas à visão do Método dada por Eugênio Kusnet), Brecht, Artaud, Grotowski e do Living Theatre. Em seguida, procuramos apresentar o conceito de 'te-ato', além de descrever, com o máximo de detalhes, o roteiro e as cenas da peça. Por fim, procuramos apresentar o que o Oficina entendeu por 'atuador', seguindo com uma descrição dos processos pelos quais esse ideal foi almejado junto aos atores do grupo: fundamentalmente, uma vida comunitária com características muito próprias, onde era possível um exercício libertário e comunitário afinado com idéias contraculturais que cercaram a juventude dos anos sessenta e setenta e a criação coletiva de um texto/roteiro e de cenas fundamentadas em ações improvisadas, nascidas dos estudos, laboratórios, ensaios e experiências vivenciais daquela comunidade.