No espetáculo, Otelo, realizado pelo grupo Folias D'Arte em 2003, a reflexão sobre o binômio texto/contexto torna-se um procedimento imperativo. Marco A. Rodrigues (encenador), através da inserção das músicas New York, New York e The End, que desempenham uma função de enquadramento épico e de comentário crítico da ação, identifica o referente contemporâneo ao estabelecer o diálogo entre a cultura-fonte e a cultura-alvo.
Este artigo analisa a peça Rasto Atrás do dramaturgo Jorge Andrade e reflete sobre a busca da memória como material da sua escrita. As relações entre forma e estrutura cênica são investigadas, discutindo-se a estética expressionista, a multiplicidade de espaços, a simultaneidade de tempos, a metalinguagem e, em alguns momentos, a anulação do tempo. Texto auto-reflexivo e profundamente emblemático da obra de Jorge Andrade se constitui na investida mais funda do autor em busca de si mesmo, do seu povo, da sua sociedade.
(...) a relação entre o macro e o micro poderes poucos tem sido abordada. Assim, a forma como as relações de opressão desenvolvidas em regimes totalitários se espraiam pelo tecido social, moldando as interações entre indivíduos, é ainda campo vasto de investigação. (...) Dentre eles, talvez tenha sido Plínio Marcos que tenha criado a obra mais radical. Neste artigo pretendo abordar duas de suas peças - Quando as máquinas param e A dança final - o modo como os conflitos de gênero e identidade, vividos pelos dois casais protagonistas, refletem a opressão gerada pelo macro-poder.