O presente trabalho, inserido em uma corrente da crítica literária que compreende os processos
artísticos em sua mediação com processos sociais e históricos, tem por objetivo estudar o Teatro de
Arena de São Paulo, palco de grandes realizações estéticas e de produtivas discussões teóricas que
marcaram a modernidade do teatro brasileiro. Em termos formais, a principal contribuição do grupo
consiste em superar os limites da forma dramática por meio da inserção dos recursos épicos. Isso
corresponde, em termos políticos, a uma atitude de desmascarar os processos de alienação social
por meio da constante pesquisa social, histórica e estética – processos esses que se intensificavam
ao longo daqueles anos. O recorte para a compreensão dessas experiências é dado pela perspectiva
teórica, artística e crítica de Augusto Boal, que atuou como dramaturgo e diretor do grupo entre os
anos de 1956 e 1970. Sua vasta contribuição compreende desde suas primeiras direções teatrais no
Arena, inserindo o teatro de vertente realista/naturalista no país, aliado ao desenvolvimento de
Seminários de Dramaturgia, que contribuíram para a formação de pensamento crítico a respeito do
teatro brasileiro, passando pela criação de uma dramaturgia de caráter épico, eficaz para o
desenvolvimento dessa perspectiva no cenário teatral brasileiro.
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