O artigo visa explorar o surgimento de uma nova crítica de cultura, em sintonia com as mudanças da vida intelectual nacional, que teve como palco a cidade de São Paulo, em meados do século XX, e cuja a atuação de Decio de Almeida Prado, no âmbito da crítica teatral, teve papel de destaque. busca-se apresentar os primeiros anos da formação do autor a partir dos seus escritos na revista Clima entre os anos de 1941 e 1944. A partir da análise de seus ensaios no primeiro período de sua carreira e do início de sua especialização como crítico teatral, o artigo debaterá a relação entre a proposição do ensaísmo crítico e a realidade da produção cultural brasileira, particularmente a teatral, na relação que faz entre texto e contexto.
No ano passado, a peça Arena conta Tiradentes (de Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri) completou 50 anos de idade ainda despertando o interesse de jovens pesquisadores, mesmo tendo sido publicada uma única vez. A obra já dispõe de boa fortuna crítica, no entanto, ainda se percebe que as investigações têm dificuldade de avançar além da formulação teórica-interpretativa com que o coautor Augusto Boal apresenta a peça, logo na introdução do livro. O presente trabalho pretende analisar alguns dos estudos mais originais produzidos, buscando encontrar insights que permitam encontrar novas frentes de leitura e debates sobre a peça, especificamente a discussão sobre o estatuto do personagem Coringa.
O presente trabalho parte da única peça teatral escrita por Clarice Lispector, intitulada “A pecadora queimada e os anjos harmoniosos”, para oferecer uma leitura crítica das relações de gênero em termos de encenações públicas e normativas. Pelo teor altamente alegórico do texto, e por explorar punições diferenciais a que está destinada a mulher, o presente trabalho apresenta uma leitura da peça em perspectiva de gênero, principalmente de Judith Butler como o de vulnerabilidade corporal e normas de gênero. Apontamos como o gênero enquanto norma precede e excede o sujeito, estiliza seu corpo no crisol da publicidade social, sobretudo através da exploração corporal.
Em pesquisa recente sobre o PROTEU – Projeto de Teatro Experimental
Universitário, grupo criado como atividade extensionista da UEL, em 1978, tive a
oportunidade de ouvir alguns membros do elenco do espetáculo Bodas de café,
montado em 1984 pelo grupo, em comemoração ao cinquentenário de Londrina. O
PROTEU manteve-se em atividade de 1978 a 1996, período no qual montou mais de
20 espetáculos de circulação nacional e internacional, recebeu muitos prêmios e
elogios da crítica especializada.
Dentre os generosos depoentes, encontrei-me com Mario Fragoso – ator e
jornalista, morador de Londrina desde 1964 – em 20 de fevereiro de 2018, na Casa de
Cultura da UEL, para uma conversa de quase duas horas nas quais ele falou sobre
teatro, história, política e a cena cultural londrinense. Aqui, recorto apenas
informações relevantes sobre o trabalho do Proteu e a dimensão política intrínseca à
atividade teatral.