Este artigo propõe uma comparação entre duas leituras visuais de obras dramáticas sobre o mesmo tema, que representam dois momentos cruciais da modernidade brasileira. A lenda medieval portuguesa de D. Pedro e Inês de Castro foi transformada em uma obra dramática por Henry de Montherlant em 1942 e foi produzida pela primeira geração de diretores de teatro moderno no Brasil. Na primeira montagem, a cenografia foi da autoria de Santa Rosa, um artista que procura assimilar o teatro europeu de vanguarda, tal como os artistas visuais daquela época. Uma das montagens brasileiras foi apresentada em 1975, durante o movimento artístico conhecido como Tropicália. Nesta segunda montagem, a cenografia foi proposta por Luiz Carlos Ripper que buscou dar uma tradução visual e onírica bem brasileira para o texto da peça.