A trajetória artística de Benjamim Santos no teatro brasileiro é o fio condutor para entender um conjunto de situações históricas marcadas por tensões e conflitos, em meio às quais foram utilizados certos dispositivos estéticos resultantes da experiência social que integra a cultura e a memória na segunda metade do século XX. o artigo tem como objetivo dar visibilidade à produção cultural empreendida nos palcos brasileiros, a partir da constituição de uma linguagem teatral peculiar que denuncia os excessos da ditadura militar brasileira e expõe suas implicações nas formas estéticas de atuação social, a militância de Benjamim Santos e sua participação nos principais movimentos culturais e políticos do período.
Na investigação da relação entre história e teatro deparamo-nos com diversas formas de linguagem vinculadas às produções culturais e tensões sociais, como elementos da realidade brasileira. Para compreensão da trajetória histórica do teatro foram utilizadas a vida e obra do dramaturgo Benjamim Santos, sujeito que participou dos principais acontecimentos da produção teatral brasileira, seja como espectador, autor, diretor ou crítico de teatro na segunda metade do século XX. Neste processo, interagem em seus devidos contextos de produção, a ação dos críticos de teatro, espectadores, iluminadores, cenotécnicos, dramaturgos e atores, protagonistas de novas tendências no teatro brasileiro, que também eclodem na Europa e Estados Unidos. A fundamentação teórica da pesquisa está filiada à Nova História Cultural, tendo como representantes Michel de Certeau, Roger Chartier, Peter Burke, dentre outros. Na montagem metodologia privilegiou-se a história oral como instrumento de construção das fontes orais, bem como a investigação em fontes hemerográficas.