Esta tese, intitulada ―Liu Arruda: a travessia de um bufão cuiabano, sob a inspiração
de Augusto Boal‖, foi desenvolvida durante o curso de Doutorado em Educação
(PPGE/UFMT), inscrita nos conhecimentos construídos junto ao Grupo Pesquisador
em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA) da UFMT. Objetiva estudar a
década de 1980 em Cuiabá, abarcando particularmente as questões culturais,
educacionais, ambientais e estéticas por considerá-las indissociáveis e interligadas,
inclusive ao global, tendo como ponto de referência o teatro praticado por Liu
Arruda, cuja intervenção política e artística apoiada em Augusto Boal, ocasionou
forte impacto sobre o povo cuiabano. Isto mediante a seguinte problematização:
como o teatro interviu sobre a realidade de Cuiabá na década de 1980 e quais suas
contribuições para a educação ambiental? A leitura e a reflexão são feitas, sobretudo,
a partir da fenomenologia de Gastão Bachelard, pois enfatiza que o pesquisador deve
sair da contemplação de si mesmo para ir ao encontro do outro, substituindo o saber
fechado e estático pelo conhecimento aberto e dinâmico. Os conceitos da pesquisa
participante desenhados por Carlos Brandão, também são referendados ao defender
a participação do pesquisador como ser político, social e ideológico, comprometido
com as questões do seu tempo, e trocando a tradicional relação sujeito-objeto pela
relação sujeito-sujeito. Os resultados apontam que o teatro é uma poderosa
linguagem que possibilita a ampliação e participação, capaz de gerar transformações
individuais e sociais, nas quais as pessoas se sintam pertencentes à sua comunidade e
recuperem sua identidade de cidadãos e cidadãs planetários, assumindo o
compromisso, a responsabilidade e o cuidado com todas as formas de vida. E, assim,
ciência, arte, ser humano e ambiente se complementam, enriquecendo nossas
reflexões, estimulando ações militantes e ideológicas, sensibilizando, possibilitando
que expressemos nossas emoções, oferecendo táticas para lutarmos pelo nosso direito
ao sonho.