Esta dissertação apresenta um estudo analítico que busca identificar e compreender aspectos técnicos e estéticos da forma épica no texto teatral e na formação do Teatro Brasileiro Moderno. A pesquisa faz um recorte histórico, apresentando um panorama do teatro político no Brasil entre 1950 e 1970 e discute como essa abordagem teatral é retomada pela
Companhia do Latão na década de 90. Alguns anos antes do golpe militar, o Teatro Arena explorava o uso de elementos épicos no teatro brasileiro que não puderam se desenvolver com liberdade entre 1964 e 1985 e começaram a ser retomados na década de 90, com o teatro
de grupos. Nos dias atuais, a Companhia do Latão é um dos grupos com visibilidade nacional que se preocupa em aprimorar elementos do teatro épico. O presente trabalho é feito a partir dos contextos históricos dos grupos Arena e Latão e tem como objeto de análise duas peças: A revolução na América do Sul, escrita por Augusto Boal, ainda no Arena, montada em 1960, e o Círculo de Giz Caucasiano, de Bertolt Brecht, montada pela Companhia do Latão em 2006.