Uma arquitetura ética ocorre sempre acompanhada do diálogo com a sociedade e a construção poético-espacial desta arquitetura não dispensa a liberdade coletiva. Este artigo objetiva discutir as relações entre ética e história da arquitetura teatral usando o exemplo da obra de Lina Bo Bardi, que idealizou uma arquitetura despojada, oferecendo ao espectador a possibilidade de participar de um espetáculo de teatro, refutando as formas tradicionais. Na concepção ou reforma dos espaços teatrais, Lina demonstra esta preocupação com o público, e com a colaboração deste público. A arquiteta — cuja produção abrange também cenários e figurinos — une sua experiência racionalista européia à realidade crítica brasileira, valorizando as características naturais do país por meio do uso de materiais locais em suas obras. Os estudos de caso que problematizam a hipótese referem-se às adaptações de uso projetadas para os teatros Oficina, SESC da Pompéia e Gregório de Mattos.