O presente artigo pretende pensar, primordialmente, as
faces do circo em diferentes momentos históricos, sem, contudo,
apontar-lhe uma origem, segundo a perspectiva genealógica de
Michel Foucault. Percorre, para tanto, a produção de subjetividades
circenses com recortes de análise que se compõem a partir de
pesquisas históricas e das muitas vozes do diário de bordo, importante
ferramenta de trabalho, que provocou inúmeras indagações: como o
circo, hoje, fala de nosso tempo? Que encontros são possíveis num
solo do contemporâneo? Que modos de vida, que subjetividades são
inventadas no universo circense?
Neste texto, a autora aborda a estrutura social circense
brasileira, partindo da formação do artista em âmbito coletivo
e familiar, com base em sua própria experiência e nas memórias
familiares. Trata também das fases mais significativas da evolução
do circo brasileiro, em seus aspectos positivos e negativos.