Este artigo tem por objetivo realizar algumas aproximações entre as práticas cênicas dos brasileiros Álvaro Moreyra e renato Viana e o pensa-mento do encenador e teórico francês Jacques copeau. Esses diretores, que foram responsáveis pelas primeiras iniciativas de renovação da cena teatral brasileira nas décadas de 1920 e 1930, apropriaram-se das propostas de co-peau para operar uma “radicalização” no modo de fazer teatro no Brasil. além disso – contrariando a visão histórica de muitos estudiosos do teatro brasileiro –, apresento como partida da difusão desse pensamento a circulação de espetáculos produzidos por Álvaro Moreyra e renato Viana.
a obra artística e teórica de João de Jesus Paes loureiro é uma das mais representativas da contemporaneidade amazônida. Nela se situa seu trabalho como dramaturgo, que ainda é pratica-mente inédito como objeto de análise. É a isso, analisá-lo, que este texto se propõe. Ver-se-á que o núcleo desse teatro é a amazônia, especialmente em aspectos relacionados ao seu imaginá-rio e à sua história, mas se perceberão também os variados diálogos com outras fontes – sobretudo a grega –, com as contribuições teóricas em geral e a teoria teatral em particular. Esses elementos se entrecruzam para formar uma dramaturgia fundamentada em uma concepção na qual real e imaginário amazônicos se inter-relacionam e compõem uma representação da região que pode ser tomada como alegoria, como crítica e, acima de tudo, como uma amazônia imageticamente trans-figurada em sua exibição.
Este artigo tem o propósito de contribuir para os estudos que buscam convergências entre história e teatro a partir da leitura e reflexão sobre a maneira pela qual o espetáculo Dar não dói, o que dói é resistir, do grupo teatral tá na rua, foi lido pelos jornais, fornecendo pistas de como a peça foi recebida no momento de sua encenação. Pretendemos perceber a(s) memória(s) construída(s) sobre o espetáculo e o grupo por um tipo específico de público que deixou para a posteridade indícios da história do tá na rua. ao mesmo tempo, indagamos qual o lugar do teatro de rua nas páginas dos jornais e na história do teatro brasileiro