Esta pesquisa traz a reflexão sobre o teatro feminista brasileiro, uma prática teatral que busca diferentes formas de criação em sua estética. A poética desse fazer teatral está voltada para questões referentes à mulher na organização social, sejam elas pessoais ou de ordem social, pois ambos os tipos estão relacionados a questões políticas e sociais. Tendo como uma das características a polissemia, o teatro feminista abre diferentes possibilidades para seu processo de criação. O teatro feminista pode ser considerado um teatro político, pois trata de questões da agenda feminista, consequentemente referentes à polis, e assim constitui possível ferramenta para o desencadeamento de atitudes pedagógicas. Embora a discussão em torno da temática aqui em questão se encontre sedimentada nos Estados Unidos e Inglaterra desde os anos 1960, no Brasil ainda está em processo de difusão em âmbito acadêmico, e por isso recebe, neste trabalho, a devida atenção. Para levar a termo esta discussão tornou-se necessário compreender melhor o que é feminismo, por se tratar de um termo que apresenta certa incompletude como conceito. Assim sendo, fez-se a opção por apresentar algumas passagens históricas do movimento feminista, o que propiciou também o esclarecimento sobre as ideologias implicadas, de modo a compreender como ocorreu o desenvolvimento de suas propostas, assim como algumas das importantes transformações ocorridas na estrutura social. Para compreender o que é teatro feminista, em relação aos encaminhamentos das discussões das ativistas no teatro, à construção da imagem da mulher na sociedade, e ao encaminhamento da crítica em suas produções artísticas no que diz respeito à representatividade da mulher na cena, foi preciso realizar um levantamento sobre as teorias críticas e as práticas das experiências das estadunidenses e britânicas, que discutem questões ideológicas, estéticas e poéticas na articulação entre teatro e feminismo. O objeto de pesquisa é voltado à discussão em torno das encenações brasileiras de caráter feminista. Com relação a esse tipo de teatro, são apresentados os trabalhos de duas atrizes brasileiras: Colla e Azevedo, legitimando a presença e voz dessas atrizes, assim como dando visibilidade a suas produções artísticas. É estabelecido um diálogo com o trabalho dessas atrizes com o objetivo de articular a teoria do teatro feminista com suas práticas estéticas, poéticas e ideológicas, localizando no Brasil a discussão sobre o teatro feminista. Finalmente, são traçadas algumas perpectivas visando contribuir com o aperfeiçoamento da produção teatral brasileira, dando-lhe visibilidade e promovendo seu incremento.
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