Este trabalho analisa os arquétipos do malandro e do feminino presentes na Ópera do
malandro, de Chico Buarque, pelo viés da psicologia analítica de Carl Gustav Jung,
estabelecendo relações com as bases antropológicas do imaginário, de Gilbert Durand, com a
mitologia grega e com os estudos culturais de gênero. Investiga, ainda, aspectos regionais
vinculados ao bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, na década de 1940, período em que a peça é
ambientada. Sendo assim, o presente estudo defende que a dinâmica psíquica está
constantemente sendo transformada pela capacidade humana de criar analogias e de dar
significado ou representação simbólica a todas as coisas, mostrando, dessa forma, que quanto
mais flexível for o ego do indivíduo, mais elementos internos ele terá para promover, para si
mesmo e para o meio onde vive, uma vida mais plena em criatividade e em saúde mental.